Decisão do TSE aponta candidatura laranja e anula todos os votos recebidos pela legenda nas eleições de 2020. Medida deve causa dança das cadeiras na Câmara de Osasco
Às vésperas da campanha eleitoral de 2024, a Câmara de Osasco deve passar por uma verdadeira dança das cadeiras, desencadeada pela cassação do vereador Adauto To To, do PDT.
Ele perdeu o mandato por decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), proferida esta semana e à qual não cabe mais recurso, de anular toda a votação obtida pelo partido nas eleições de 2020. O motivo foi fraude à cota de gênero.
Com isso, haverá retotalização de votos, com novo cálculo do quociente eleitoral. O cenário mais provável é que o vereador Delbio Teruel, do União Brasil, seja declarado eleito. Primeiro suplente em 2020, hoje ele ocupa cadeira no Legislativo no lugar de Claudio da Locadora, que deixou o cargo para ser Secretário de Meio Ambiente. Com a efetivação de Delbio, abre-se outra cadeira para suplente, que seria ocupada pelo ex-vereador Alex da Academia, que cumpriu dois mandatos e, na última eleição, foi candidato também pelo União Brasil. Como hoje Alex, na janela de mudança partidária, trocou o partido justamente pelo PDT, que teve os votos zerados, o segundo suplente do União Brasil – e, consequentemente, dono da vaga aberta na Câmara – seria Luiz Garcia, mais conhecido como Luiz da Locadora. A convocação deve ser feita pela presidência do Legislativo nos próximos dias.
Entenda o caso
Em ação movida pelo ex-vereador De Paula, o PDT foi acusado de promover uma candidatura “laranja” para cumprir a cota mínima de mulheres na disputa. A então candidata Tulasi Schot Passos teve apenas um voto, que não foi nem o próprio, pois teve registro em zona eleitoral diferente da sua. Além disso, não realizou atos de campanha e apresentou prestação de contas zerada, o que reforçou as suspeitas de fraude.
O partido já havia sofrido revés no TRE-SP. Na decisão, a justiça eleitoral revela que Schot confirmou não ter votado em si mesma, mas sim em outro colega de partido. Além disso, alegou não ter se empenhado na campanha por enfrentar problemas particulares no período. Ela afirmou ainda ter recebido material impresso da campanha mas não se lembrar de tê-lo distribuído e nem de ter feito divulgação de sua candidatura em redes sociais. Já testemunhas do PDT afirmaram não ter notado a falta de empenho da candidatura em divulgar sua campanha.