Em conferência para a imprensa, em Nova Iorque, Donald Trump falou, pela primeira vez, sobre o resultado do julgamento que o considerou culpado num caso de encobrimento de um escândalo sexual.
Por_Visão
Realizada no átrio da própria “Trump Tower”, em Nova Iorque, Donald Trump discursou, após ter sido considerado culpado no caso “Hush Money”. O candidato republicano à Casa Branca criticou todo o processo judicial, dizendo ter sido alvo de um “julgamento fraudulento”, orquestrado pelo adversário democrata.
O ex-presidente dos EUA, de 77 anos, culpou a administração de Biden pelo resultado do julgamento afirmando que foi “um trabalho feito por Washington”. “Se eles podem fazer isso comigo, podem fazer isso com qualquer um”, denunciou o ex-líder norte-americano. Trump referiu-se ainda ao atual presidente dos EUA como um homem que “não consegue conjugar duas palavras na mesma frase”. “O tortuoso Joe Biden, o pior presidente da história do nosso país. Ele é o pior presidente da história do nosso país, o mais incompetente, é o presidente mais burro que já tivemos”, acusou.
O republicano disparou também contra Juan Merchan – juiz encarregue pelo caso – e o Tribunal de Manhattan de estarem num “conluio com a Casa Branca e com o Departamento da Justiça” para garantirem a sua condenação. O político e empresário relembrou que os seus advogados submeteram vários pedidos, no decorrer do processo judicial, solicitando a mudança de tribunal e juiz, mas que nenhum dos seus requerimentos foi aceite.
Trump dirigiu-se especialmente ao juiz, acusando-o de o querer silenciar e de ser um “juiz conflituoso”. “Ele [o juiz Juan Merchan] não nos permitiu ter testemunhas, não nos permitiu falar, não nos permitiu fazer nada. O juiz era um tirano”. “Agora estou sob uma ordem de silêncio, sob a qual nunca ninguém esteve. Nunca nenhum candidato presidencial esteve sob uma ordem de silêncio”, contou.
O republicano referiu-se ainda a Allen Weisselberg – ex-diretor financeiro da Organização Trump -, condenado a cinco meses de prisão por perjúrio, afirmando que a sua sentença terá sido injusta. Weisselberg acabou por ser mencionado por diversas vezes durante o julgamento pelo seu alegado envolvimento no plano de pagar para silenciar a história de Trump durante a campanha para as presidenciais norte-americanas de 2016. “Vivemos num Estado fascita”, criticou.
No final do discurso, Trump descreveu-se como um “salvador dos EUA”, e afirmou que próximo dia 5 de novembro – data para quando estão marcadas as eleições – será o dia “o mais importante na história do país”. “Estou disposto a fazer o que for necessário para salvar o nosso país e salvar a nossa Constituição (…). Por isso vamos continuar a luta. Vamos voltar a fazer a América grande”, garantiu.
O ex-presidente dos Estados Unidos foi, esta quinta-feira, considerado culpado num caso de encobrimento de escândalo sexual. Donald Trump estava acusado de falsificar os documentos contabilísticos do seu grupo de empresas para ocultar um pagamento à atriz de filmes pornográficos Stormy Daniels, destinado a evitar um escândalo sexual, num episódio que remonta ao final da sua campanha presidencial de 2016. Após seis semanas de julgamento, o júri, composto por 12 pessoas, considerou Donald Trump culpado de todas as 34 acusações.
Esta foi a primeira vez que um antigo Presidente dos Estados Unidos foi considerado culpado por um delito penal. A sentença vai ser lida a 11 de julho, mas Trump já anunciou que vai recorrer da decisão.