Objetivo é alimentar a rede nacional de bancos de perfis genéticos. Entre novembro de 2023 e maio de 2024, pelo menos 24 restos mortais foram identificados no estado paulista por meio do banco de DNA
O estado de São Paulo faz parte de uma mobilização nacional para coletar DNA de familiares de pessoas desaparecidas. São 13 pontos de recolhimento de material genético, sendo dois na capital, um na região metropolitana e os demais no interior. O objetivo é alimentar a rede de perfis genéticos, possibilitando que cada vez mais famílias de desaparecidos obtenham respostas.
A mobilização segue até sexta-feira (30). Mas a coleta também é feita todas as quartas-feiras nos Institutos Médicos Legais (IML) do estado, por meio de agendamento no site.
Entre novembro de 2023 e maio de 2024, pelo menos 24 restos mortais foram identificados no estado paulista por meio do banco de DNA. Conforme o relatório da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos, São Paulo está entre os três estados que mais alimentam essa base de dados, tanto com o DNA de pessoas e restos mortais não identificados quanto com o de familiares de desaparecidos.
“A gente poder dar uma resposta aos familiares de desaparecidos que, muitas das vezes, ficam procurando seu ente querido por anos. É extremamente significativo. Eles não sabem se a pessoa sumiu de propósito ou foi vítima de um acidente, sequestro ou qualquer outra coisa. Com a rede de perfis genéticos, podemos fazer essa comparação de DNAs pelo Brasil todo”, explica a perita criminal, diretora do Núcleo de Biologia e Bioquímica da Superintendência da Polícia Técnico-Científica, Ana Claudia Pacheco.
Durante os dias da mobilização, a Delegacia da Pessoa Desaparecida também entrará em contato com as famílias para incentivar o recolhimento desse material genético. “Faremos busca ativa de alguns casos específicos”, ressalta a delegada Bárbara Travessos, responsável pela unidade policial.
O que precisa levar e como é realizada a coleta do DNA?
Para a coleta, é necessário apresentar RG ou outro documento com foto, além do Boletim de Ocorrência de Desaparecimento do familiar.
O recolhimento do material genético é realizado a partir de células da mucosa oral, extraídas por meio de um cotonete passado no interior da bochecha. Também pode ser feita a partir de uma gota de sangue do dedo da mão.
O DNA de familiares de primeiro grau da pessoa desaparecida está na ordem de preferência para a coleta. O material genético do pai, mãe, filhos e irmãos biológicos do desaparecido tem mais chances de a genética corresponder. O genitor dos filhos da pessoa desaparecida também pode doar. É recomendado que ao menos dois familiares façam a coleta.
Na Capital e região Metropolitana, a coleta acontece nos IML Central e Oeste (Vila Leopoldina).