Segundo a prefeitura, agora empresa que fará as obras está contratada. Cemitério funciona em situação precária, com ocupação de área por famílias, acúmulo de lixo e até invasão por animais
Dois anos após o último anúncio – e que, mais uma vez, desde o início de sua gestão, ficou na promessa – o prefeito de Osasco, Rogério Lins, volta a dizer que fará a reforma do Cemitério Parque dos Girassóis. Segundo ele, a empresa responsável pelos trabalhadores já foi contratada e “logo dará início aos serviços”.
As obras incluem construção de mais 4 mil jazigos e de muros de divisa, reforma da administração, das salas dos velórios, da capela ecumênica, vestiário dos coveiros e do depósito, além de implantação de condições de acessibilidade e de uma nova entrada, separada do acesso dos moradores da comunidade do Jardim Santa Rita.
O cemitério funciona, há cerca de 30 anos, em situação precária. Parte da área foi ocupada por famílias, que vivem até sobre túmulos destruídos. Há acúmulo de lixo e parte da coleta de resíduos do bairro é feita em caçambas dentro do local. Além disso, moradores da região e até animais usam o cemitério como passagem. Tudo isso, mesmo em meio a sepultamentos.
O Cemitério Parque dos Girassóis era particular, mas foi desapropriado pela prefeitura em 10 de abril de 1988, após irregularidades apontadas na gestão das empresas “Comunidade Religiosa de Assistência e Promoção Pe. Gaspar Bertoni” e “Flamboyant”. Dentre os problemas, estava a venda de jazigos acima da capacidade do local. Em 2018, após uma longa batalha judicial, o Ministério Público de São Paulo (MPSP), a administração municipal e as empresas firmaram Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), depois que um laudo pericial apontou que foram vendidos 14.650 jazigos, mas apenas 9.655 foram entregues. A empresa havia proposto pagar apenas R$ 600 mil aos compradores, mas foi condenada a pagar quase R$40 milhões, destinados a um fundo de indenização às famílias e também para custear as obras para recuperar o local.