Lusa
Cinco pessoas morreram hoje em novos bombardeamentos russos na cidade ucraniana de Chasiv Yar (leste do país), segundo o governador regional de Donetsk, Vadym Filaskhin, enquanto as tropas de Moscou continuam atacando a região.
Filaskhin adiantou à agência AP que o ataque atingiu um prédio e uma casa particular, matando cinco homens com idades entre os 24 e os 38 anos.
Nas redes sociais, Filaskhin apelou aos últimos residentes para que abandonem a cidade, que chegou a ter cerca de 12 mil habitantes antes do atual conflito, iniciado em fevereiro de 2022.
“A vida normal é impossível em Chasiv Yar há mais de dois anos”, escreveu Filaskhin, deixando um pedido: “Não se tornem um alvo russo – retirem-se”.
Entretanto, o Ministério da Defesa da Rússia anunciou que tinha capturado a localidade de Pivnichne, também na região ucraniana de Donetsk, mas a AP sublinha que ainda não conseguiu verificar esta informação de forma independente.
As forças russas têm avançado cada vez mais na região oriental parcialmente ocupada, sendo a ocupação total uma das principais ambições do Kremlin.
A AP recorda que o exército russo está aproximo de Pokrovsk, centro logístico fundamental para a defesa ucraniana na região. Entretanto, o número de feridos na sequência de um ataque russo à cidade ucraniana de Kharkiv, na sexta-feira, continua a aumentar: Seis pessoas foram mortas, incluindo uma rapariga de 14 anos, quando as bombas atingiram cinco locais da cidade.
Hoje, o governador regional afirmou que o número de feridos aumentou de 47 para 96.
Por seu lado, nas últimas semanas, a Ucrânia enviou militares para a região russa de Kursk, naquela que já foi considerada a maior incursão em solo russo desde a Segunda Guerra Mundial.
A AP diz que esta ação é, em parte, um esforço para forçar a Rússia a retirar as suas tropas da frente de Donetsk. As tropas russas repeliram, no dia anterior, seis ataques ucranianos na região de Kursk, que desde o dia 6 é palco de uma ofensiva das forças de Kiev, informou neste sábado o Ministério da Defesa da Rússia.
“Unidades da agrupação de tropas do Norte rejeitaram, com o apoio da aviação militar e fogo de artilharia, seis ataques de grupos de assalto inimigos”, afirma o boletim militar publicado no Telegram.
Também na região fronteiriça russa de Belgorod continua a aumentar o número de vítimas dos ataques ucranianos: segundo números avançados pelas autoridades russas, os bombardeamentos de sexta-feira provocaram, até ao momento, cinco mortos e 46 feridos, das quais 37 estão no hospital, incluindo sete crianças.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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