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Julian Assange, fundador do Wikileaks, deixa a prisão em Londres

O fundador do Wikileaks concordou em declarar-se culpado de conspiração para obter e divulgar ilegalmente informações confidenciais. O acordo com a justiça dos EUA já lhe permitiu sair da prisão de segurança máxima de Belmarsh

Por_Visão_Mundo

Julian Assange foi libertado esta manhã no aeroporto de Stansted, em Londres, “onde embarcou num avião e partiu do Reino Unido” rumo à Austrália, anunciou o Wikileaks na rede social X (antigo Twitter), acrescentando que a libertação do seu fundador resulta de “uma campanha global” que “criou espaço para um longo período de negociações com o Departamento de Justiça dos EUA, conduzindo a um acordo que ainda não foi formalmente finalizado”.

Assange deverá agora comparecer na quarta-feira perante um tribunal federal das Ilhas Marianas, um território norte-americano no Oceano Pacífico, de acordo com documentos judiciais apresentados na segunda-feira à noite.

O fundador do Wikileaks vai declarar-se culpado de crime de conspiração para obter e divulgar ilegalmente informações confidenciais da defesa nacional dos Estados Unidos, confissão que terá de ser aprovada por um juiz. Só depois Assange poderá regressar à Austrália.

O australiano, de 52 anos, estava detido na prisão de segurança máxima de Belmarsh, no leste de Londres, desde 2019, quando foi detido, depois de sete anos refugiado na embaixada do Equador na capital britânica para evitar a extradição para a Suécia, onde era acusado de violação.

Os Estados Unidos tentavam, desde então, por sua vez, a extradição para o país, acusando Assange de 18 crimes de espionagem e de intrusão informática pela divulgação no portal WikiLeaks de documentos confidenciais, que em 2010 e 2011 expuseram violações de direitos humanos cometidas pelo exército norte-americano no Iraque e no Afeganistão.

Washington queria julgar Assange pela divulgação de mais de 700 mil documentos secretos e estava acusado pelas autoridades norte-americanas ao abrigo da Lei de Espionagem de 1917, enfrentando uma possível pena de até 175 anos de prisão.

Em 20 de maio, o Tribunal Superior de Londres tinha autorizado Assange a recorrer da ordem de extradição do Reino Unido para os Estados Unidos da América.