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Ex-comandantes do exército coloca Bolsonaro no centro do plano golpista, diz jornal

Militares contribuíram com informações relevantes para investigação sobre golpe

Raphael Bezerra – Para o jornal opção

Dois ex-comandantes do Exército brasileiro atribuíram ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a responsabilidade pela trama golpista investigada pela Polícia Federal (PF). As informações publicadas pelo Jornal O Globo dão conta que Freire Gomes e Carlos Baptista Júnior, da Aeronáutica, delataram Bolsonaro em depoimento aos investigadores.

A oitiva teria ajudado a preencher lacunas do caso e a participação deles na reunião que discutiu uma minuta golpista. O encontro foi revelado pelo ex-ajudante de ordens da Presidência tenente-coronel Mauro Cid em delação premiada.

O general depôs na sexta-feira, mas ao contrário de Bolsonaro ele respondeu todas as perguntas feitas pela PF. Havia uma dúvida entre os investigadores sobre a condição de depoimento dos ex-comandantes: investigados ou testemunhas. A pergunta seria respondido de acordo com o grau de colaboração nos depoimentos e a avaliação é que Freire ajudou nas investigações e seguirá como testemunha.

Outro que a exemplo de Bolsonaro se calou durante o interrogatório foi o almirante Almir Garnier, apontado como o único dos comandantes das Forças Armadas a aderir ao golpe. Ele segue na investigação como investigado.

Operação

A Operação Tempus Veritatis da Polícia Federal foi deflagrada na quinta-feira, 8, com o objetivo de investigar suposta organização criminosa que teria atuado na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito. O grupo criminoso, segundo a PF, tinha o objetivo de obter vantagens políticas com a manutenção do então presidente da República Jair Bolsonaro no poder. A operação foi desencadeada após Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, firmar um acordo de colaboração premiada com os investigadores da PF

Além de Bolsonaro, alguns dos seus principais aliados políticos e ex-ministro também estão sob investigação. A operação ocorreu em vários estados do País, incluindo Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e Distrito Federal.

Se for condenado pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito e associação criminosa, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) poderá ficar inelegível por mais de 30 anos

Os alvos incluíram o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, o ex-ministro da Casa Civil Walter Souza Braga Netto, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.