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Saúde

Citronela e óleo de cravo afastam mosquito da dengue? 

Foto: FreePik

Confira o que de fato funciona para repelir os insetos e quais cuidados tomar. E fica a dica: utilização de repelentes não substitui eliminação de criadouros

Em meio ao aumento de casos de dengue no país, os repelentes foram desaparecendo das prateleiras das farmácias devido à alta procura. Ao mesmo tempo, diferentes produtos naturais à base de plantas, ou mesmo equipamentos com luz ou vibrações, têm sido difundidos com a promessa de afastar o Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença. Mas será que eles funcionam?

Confira algumas orientações sobre o que realmente é eficaz nesses casos. O  mais  importante é ter atenção ao uso correto dos repelentes e utilizar somente aqueles recomendados e aprovados pelo Ministério da Saúde. Vale ressaltar que a utilização de repelentes não substitui a vacinação ou a eliminação de criadouros do mosquito, medidas essenciais para o controle da doença.

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), existem duas categorias de repelentes: para aplicação na pele (cosméticos) ou para uso no ambiente (saneantes). Não existem produtos de uso oral, como comprimidos e vitaminas, com eficiência comprovada para repelir o mosquito.

Os inseticidas feitos com citronela, andiroba, óleo de cravo, entre outros, não possuem estudos de comprovação de eficácia. Por isso, velas, aromatizantes de ambientes e incensos não são aprovados pela Anvisa.

Os repelentes indicados pela agência reguladora são aqueles que possuem DEET, icaridina ou IR 3535. Todas essas substâncias são seguras para adultos, idosos e gestantes, desde que usadas de acordo com as instruções do fabricante. 

Saiba mais sobre cada uma delas

DEET – não aprovado para crianças menores de 2 anos. Entre os 2 e 7 anos, é permitido desde que a concentração seja menor que 10%, com duas aplicações diárias. A partir dos 7 anos, pode ser aplicado três vezes ao dia. Duração de 4 a 6 horas.

Icaridina – uso permitido em crianças a partir de 2 anos, em concentração de 25%, com duas aplicações diárias. Duração de 8 a 10 horas.

IR 3535 – permitido para crianças a partir de 6 meses na concentração de 30%. Até os 2 anos, aplicar uma vez ao dia; entre 2 e 7 anos, duas vezes; e acima de 7 anos, até três vezes por dia. Duração de até 4 horas.

Cuidados no uso de repelentes cosméticos

De acordo com o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Dermatologia, algumas medidas de segurança são necessárias na hora de aplicar os produtos:

Aplique somente nas áreas expostas do corpo;

Reaplique o repelente de acordo com a recomendação de cada fabricante;

Para usar spray no rosto ou em crianças, aplique primeiro na mão e espalhe no corpo;

Não aplique nas mãos das crianças. Elas podem levar o produto à boca;

Não esqueça de lavar as mãos com água e sabão após a aplicação;

Em caso de contato com os olhos, lave-os imediatamente com água corrente;

Não aplique mais de três vezes ao dia, pois pode causar intoxicação;

Não durma com repelente. Tome um banho para remover o produto antes de dormir;

Em caso de suspeita de reação adversa ou intoxicação, lave a área exposta e procure atendimento médico. Se possível, leve a embalagem do repelente.

Também é importante saber a ordem correta da aplicação de produtos na pele. Para garantir a proteção adequada contra os mosquitos, o ideal é passar primeiro o protetor solar ou hidratante, deixar secar e esperar 15 minutos para passar o repelente. Ele deve ser sempre o último produto a ser aplicado.

Produtos para o ambiente

Existem dois tipos de produtos para aplicação no ambiente: inseticidas e repelentes. Os inseticidas são indicados para matar mosquitos adultos e são encontrados principalmente em spray ou aerossol. Já os repelentes apenas afastam os insetos, mas não matam.

Os repelentes são encontrados em espirais, líquidos e pastilhas e costumam ser aplicados por meio de aparelhos elétricos. Eles devem ser colocados a uma distância mínima de dois metros das pessoas, perto de portas e janelas. Além disso, não devem ser usados em locais com pouca ventilação e nem perto de pessoas com asma ou alergias respiratórias.

A Anvisa destaca, ainda, que equipamentos que emitem vibrações, gás carbônico ou luz, que supostamente funcionariam como armadilhas para mosquitos, não são passíveis de regulação pela agência.

Roupas, mosquiteiros e outros cuidados

Além do uso de repelentes, a Sociedade Brasileira de Dermatologia destaca outras medidas que podem ajudar a prevenir picadas de mosquitos:

Não use hidratantes e cosméticos com perfumes, pois eles atraem o mosquito;

Prefira roupas claras de manga longa e calça comprida. Evite roupas escuras e muito justas que facilitem a picada;

Quando possível, utilize ar condicionado e ventilador;

Instale mosquiteiros e telas nas janelas e portas;

Coloque mosquiteiros em berços e camas. É permitida a aplicação de repelentes em spray sobre o mosquiteiro para aumentar sua eficácia.