Início » Supermercados do Espírito Santo testam nova escala 6×1, com folga todo domingo
Economia

Supermercados do Espírito Santo testam nova escala 6×1, com folga todo domingo

Foto: Alexandre Rezende/Folhapress

Estado enfrenta déficit de 20% na mão de obra no setor. Proposta de escala está em discussão no Congresso Nacional

A Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) do Espírito Santo decidiu testar uma alternativa de escala no varejo do Estado. Entre março e outubro do próximo ano será adotada a escala 6×1 nos estabelecimentos de alimento e lojas de construção, que não vão funcionar aos domingos. O objetivo é diminuir o déficit de 20% de mão de obra no setor. 

Foto: Alexandre Rezende/Folhapress

A medida está prevista em convenção coletiva de trabalho assinada em novembro. No acordo, também ficou definido um aumento salarial de 7%, acima da inflação.

A dificuldade de contratar e manter funcionários em outros tipos de escala se repete em outros estados, conforme mostrou reportagem do jornal Folha de São Paulo. A Abras (Associação Brasileira de Supermercados) tem 357 mil vagas em aberto. Na rede Supermercados BH, por exemplo, a quarta maior do varejo alimentar do país, que emprega 44 mil pessoas, existem 4.000 vagas em aberto, o que já limita a velocidade de abertura de lojas. Já na Plurix, 11ª rede de supermercados do ranking, a rotatividade é de 50%.

No varejo capixaba, a convenção coletiva determinou que as empresas façam ajustes na escala para permitir as folgas aos domingos, de modo a não extrapolar 44 horas semanais, com máximo 48 horas considerando horas extras —se elas existirem, deverão ser compensadas dentro de 120 dias ou, então, remuneradas, com acréscimo de 50% sobre a hora normal.

A reportagem ainda revela que do ponto de vista dos negócios também é preciso rever a escala nos centros de compras. “Existe uma grande discussão se o shopping deveria funcionar até as 10h da noite, assim como abrir aos domingos”, afirma Alexandre Birman, CEO do grupo Azzas 2154 (dono de marcas como Arezzo, Annacapri, Vans, Hering e Reserva).

Na opinião de Jorge Gonçalves Filho, presidente do IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo), que reúne grandes redes do setor, não tem como fugir da “matemática”. “Se mudar escala e jornada, vai aumentar o custo”, afirma, lembrando que quem deve pagar a conta é o consumidor.

A H&M, que inaugurou sua primeira loja no Brasil em agosto, no entanto, é um exemplo de varejista que adotou a escala 5×2 para seus funcionários.

A proposta que define a escola 6 x 1 no Brasil está em discussão, atualmente, no Congresso Nacional.

Portal Regiao Oeste

Adicionar comentário

Clique aqui para postar um comentário