Frase é do ex-deputado federal João Paulo Cunha, que em 2006 apresentou no Congresso Nacional o projeto do campus Osasco. “Depois disso, foram telefonemas quase diários ao presidente Lula para tirar essa proposta do papel. E o que colhemos hoje é a certeza de um futuro melhor para nossa juventude”, afirma
Em sua primeira visita oficial a Osasco nesse terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugura, nesta sexta-feira, 5 de julho, a Universidade Federal de Osasco, em Quitaúna. Será o capítulo final de uma mobilização, iniciada ainda em sua primeira gestão, para que a cidade contasse com uma instituição de ensino superior pública e gratuita. Protagonista dessa história, o ex-deputado federal João Paulo Cunha lembra, nessa entrevista exclusiva, de fatos curiosos, como os telefonemas quase diários ao presidente para viabilizar o projeto, e também analisa a importância da Universidade Federal para a cidade.
As universidades federais sempre foram entidades muito fechadas, com pouquíssimos campi. Como surgiu a ideia de tentar trazer um deles para Osasco?
Por ser uma das principais cidades do País, tanto em termos de economia quanto em população, Osasco não só merecia, mas tinha o direito de contar com uma instituição pública de ensino superior. Como deputado federal, abracei essa bandeira e encontrei o cenário ideal e um enorme respaldo no governo do presidente Lula, que chegou ao Palácio do Planalto, logo em seu primeiro mandato, com uma visão muito clara sobre a democratização da educação, incluindo o Ensino Superior.
Estamos falando de quase 20 anos atrás. O senhor se lembra dos primeiros passos para viabilizar esse projeto?
Com certeza. Em 2006 apresentei um projeto de lei prevendo a criação da Universidade Federal da Região Oeste (Unfroeste). E logo no ano seguinte, o presidente Lula anunciou o Plano de Expansão das Universidades Federais. Como o projeto já estava pronto, Osasco foi logo incluída no programa, que também contemplou cidades como Guarulhos e São Bernardo, na Grande São Paulo, e várias outras em todo o País.
E quais foram os principais obstáculos, já que o campus definitivo só está sendo entregue agora?
Uma vez que Osasco estava incluída no programa, era preciso encontrar um local para o campus. Após analisarmos algumas opções, o terreno do Exército em Quitaúna se mostrou o ideal. Logo entramos em contato com o Ministério da Defesa, para tentar uma negociação. Mas descobrimos que não era uma área do Exército em si, mas sim de uma Fundação do Exército, ou seja, praticamente um terreno particular, que precisaria ser comprado. A partir daí, iniciamos uma verdadeira saga por essa aquisição. Fazia ligações diárias ao então ministro da Educação, Fernando Haddad, e quase que diárias ao próprio presidente Lula, para viabilizar a aquisição, uma vez que a prefeitura não tinha caixa à época. Até que finalmente conseguimos que o governo federal fizesse a compra, por R$25 milhões. Também precisávamos de verbas para as obras, dentro da dotação orçamentária do ministério. Apresentei uma emenda ao Plano Plurianual, em 2011, assegurando R$150 milhões em recursos ao projeto até 2015. Mas aí veio a crise no governo Dilma. E os governos seguintes não mantiveram os repasses. Para se ter uma ideia, a própria reitora da Unifesp informou que em 2021 e 2022, no governo Bolsonaro, não veio um centavo para a obra. Foi só em 2023, novamente com Lula, que tivemos a inserção de recursos necessária para a conclusão.
Durante a inauguração do campus provisório, no Jardim das Flores, o presidente Lula chegou a dizer que “se não fosse o João Paulo, essa universidade não sairia”. Como o senhor se sente hoje, vendo a inauguração da Universidade Federal de Osasco?
Tenho um imenso orgulho de ter plantado essa semente, de ter participado de todo o processo e de ter contribuído para que a Universidade Federal de Osasco finalmente se tornasse um sonho realizado. E é muito emblemático que a inauguração aconteça nesse novo mandato do presidente Lula, que foi o grande responsável pela expansão do Ensino Superior no país. É com muita satisfação que podemos olhar para trás e dizer que vencemos a luta pela Universidade Federal de Osasco. Estamos agora devolvendo a esperança ao coração dos nossos jovens. Com este novo campus, nossos alunos poderão ter um ensino com ainda mais qualidade e gratuito. Assim, terão condições para enfrentar o mercado de trabalho e garantir seu espaço ao sol.