Presidente afastou a possibilidade de desvincular os benefícios sociais do aumento do salário mínimo: “não posso penalizar a pessoa que ganha menos”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quarta-feira (26/6), ainda não saber se “precisa efetivamente cortar” gastos para equilibrar as contas públicas, mas já descartou a possibilidade de reduzir o salário mínimo para atingir esse objetivo.
Metrópolis: Isabella Cavalcante
“O problema não é que tem que cortar, o problema é saber se precisa efetivamente cortar, ou se a gente precisa aumentar a arrecadação. Temos que fazer essa discussão”, afirmou o presidente.
Perguntado, em entrevista ao site Uol, se existe chance de mexer no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e nas pensões do mínimo, o presidente negou veementemente. “Não considero isso gasto, gente, pelo amor de Deus. A palavra ‘salário mínimo‘ é o mínimo e o ‘minimório’ que uma pessoa precisa para sobreviver.
Se eu acho que eu vou resolver o problema da economia brasileira apertando o mínimo do mínimo, eu estou desgraçado, cara, eu não vou para o céu. Eu ficaria no purgatório”, declarou. A valorização do salário mínimo anualmente, acima da inflação, é uma das bandeiras de campanha e do governo do petista.
“Nós queremos fazer política de inclusão social que permita que as pessoas tenham oportunidade de crescer. O que nós precisamos [ponderar] é o seguinte: o gasto está sendo bem feito? O dinheiro está sendo utilizado para alguma coisa que vai melhorar o futuro deste país? Eu acho que está”, afirmou.
Lula ainda falou de repartir as igualdades de condições. “Você acha que eu quero que empresário dê prejuízo? Eu não sou doido. Porque, se ele der prejuízo, eu vou perder meu emprego. Eu quero que o empresário tenha lucro”, disse.