Em audiência no Congresso que durou aproximadamente oito horas, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro disse que a divulgação de mensagens atribuídas a ele e a procuradores da Lava Jato é uma tentativa criminosa de invalidar condenações. O ministro da Justiça falou aos deputados federais integrantes de três comissões da Câmara sobre o conteúdo revelado pelo site “The Intercept Brasil”. Na oportunidade, o ministro voltou a destacar que não reconhece as mensagens.
A sessão terminou de maneira tumultuada, quando o clima acirrado ficou incontrolável, após o parlamentar Glauber Braga (PSOL-RJ) atacar o governista e chamá-lo de “juiz ladrão”.
“A história não absolverá o senhor. Da história o senhor não pode se esconder. E o senhor vai estar sim nos livros de História, como um juiz que se corrompeu, como um juiz ladrão”, atacou.
Durante a sessão, bate-bocas foram inevitáveis e o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Felipe Francischini, teve de intervir várias vezes.
Ainda durante a audiência na Câmara, a deputada Erika Kokay, do PT, acusou Sérgio Moro de ferir o Código de Ética da Magistratura e cometer crimes ao interferir no trabalho do Ministério Público.
Escoltado por seguranças, o ministro da Justiça deixou a sala sob gritos de “fujão” entoados pelos oposicionistas. A deputada Professora Marcivania, do PCdoB, que comandava a CCJ encerrou a sessão, mas voltou atrás e houve mais bate-boca com o presidente do colegiado. Felipe Francischini assumiu, então, o posto, finalizou os trabalhos e disse que Sérgio Moro não será mais convocado para falar sobre o vazamento de mensagens.
EMBATE
Em entrevista nesta quarta-feira, 3/7, a Revista Veja, o deputado fluminense Glauber Braga afirmou que “não sabia que Moro era tão covarde”. “Me surpreendeu o grau de covardia. O ministro não aguentou o primeiro embate quando confrontando com a verdade e saiu. Não sabia que ele era tão covarde como se apresentou ontem. Não retiro uma palavra do que eu disse. Eu fiz uma analogia com o jogo de futebol, em que você tem um juiz que se corrompe, passa integrar um dos times e recebe uma recompensa por causa disso. O nome disso é corrupção e, na linguagem popular, se chama de juiz ladrão”, alfinetou.