Poucas horas após a confirmação de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiria o cargo de ministro chefe da Casa Civil na gestão da presidente Dilma Rousseff, o juiz Sergio Moro retirou o sigilo das investigações da Operação Lava Jato e incluiu no inquérito que tramita em Curitiba uma conversa telefônica entre o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff, na qual ela diz que encaminhará a ele o “termo de posse” de ministro.
Os investigadores da Lava Jato interpretaram o diálogo como uma tentativa de Dilma de evitar uma eventual prisão de Lula. Se houvesse um mandado do juiz, de acordo com essa interpretação, Lula mostraria o termo de posse como ministro e, em tese ficaria livre da prisão.
A informação foi revelada nesta quarta-feira, dia 16, pelo canal “Globonews”. A gravação ocorreu às 13h32 desta quarta, quando Lula aceitou o convite para assumir a Casa Civil, no lugar de Jaques Wagner. Segundo Moro, o telefone grampeado é de um assessor do Instituto Lula que era usado com frequência pelo ex-presidente.
O juiz Moro não pode mandar prender ministros porque eles detêm foro privilegiado e vai encaminhar para o Supremo toda a investigação sobre Lula quando chegar o termo de posse. A conversa foi gravada pela Polícia Federal, no inquérito que apura a posse do sítio em Atibaia. A hipótese dos investigadores é que o sítio foi doado a Lula por empresas que tinham contrato com a Petrobras, como a Odebrecht, OAS e José Carlos Bumlai, este amigo do ex-presidente.